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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Discriminação


Estou perplexo e extremamente decepcionado com a humanidade. Como podem existir ainda pessoas que condenam as práticas do Hip Hop e afrontam nosso trabalho com tanta discriminação.
Todo ano participamos de editais de Incentivo à Cultura aqui na cidade de Ipatinga na busca por impulsionar nossas ações como coletivo cultural. Não alcançamos ainda o que desejamos: todos os artistas do coletivo vivendo somente da arte; porém tais incentivos tem proporcionado, pelo menos, a realização de nossos eventos de difusão da música hip hop, graffiti e danças urbanas.
Mas esse ano, a corrupção foi tamanha, que tudo está parado na cidade, inclusive a cultura. O edital da lei Municipal abriu, mas nenhum projeto foi contemplado. Nem sequer foram abertos para análise.
O que fazer?
Partimos pra rifas e sorteios. Dançar em sinais, etc.
Quinta-feira, dia 06 de setembro, eu, Ariel Martins e B-boy Luizin fomos para o sinal do bairro caçula. Fomos bem recebidos por alguns, por outros nem tanto. Mas o que me chocou foi a atitude de um senhor, acompanhado de sua esposa dentro do carro que afirmou não dar nenhum centavo para nós, pois éramos marginais, ele não contribui com bandidos. Tentei lhe explicar melhor nossa situação, mas ele apontou para Luizin e Ariel e disse AQUILO É BANDIDO!
Viro para a frente e olho para meus dois amigos dançando, em pleno sol das 13 horas, no asfalto exalando fumaça. Meus olhos se comovem. Meu peito aperta.
Quem é marginal? Quem é bandido? Dois jovens dançando no sinal, mostrando sua arte, ou um político corrupto, engravatado, que enganou por volta de 165.000 eleitores ipatinguenses, desviando o orçamento municipal para o seu bolso, enquanto hospitais, creches, asilos, instituições que cuidam de deficientes, dentre outros fechavam suas portas por falta de repasse da prefeitura. Prefeitura essa que representa a cidade que está entre as 10 cidades com maior receita do estado de Minas Gerais.
Fico revoltado. Minha arma é a palavra. Agora solta ao vento.

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